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Foto do escritorEscola Lua Nova

Criança, a eterna novidade do mundo

Uma atividade antes de ser realizada com as crianças é muito bem pensada, planejada e elaborada pela professora, seguindo os pressupostos do projeto em andamento. Até chegar a este ponto, há discussões sobre a coerência com o projeto pedagógico da escola e é tudo bem amarradinho com os atores envolvidos: direção e coordenação pedagógica, professores, assistentes e, muitas vezes, outros membros da equipe da instituição de ensino. Mas quando o assunto é criança... e ainda mais criança que interage, que encontra no seu entorno a possibilidade de diálogo por meio das mais diversas formas e possibilidades que tem de se expressar, tudo pode acontecer.


E assim foi com o Grupo 3 A – matutino, enquanto a professora Ana Emília Rocha preparava mais uma atividade para o Projeto Técnica Artística. O projeto tem como objetivo ampliar o repertório artístico das crianças estimulando sua capacidade de ler e apreciar as artes plásticas. “Nós procuramos caminhar respeitando as possibilidades, o interesse e as investigações de cada grupo. E o Grupo 3 A matutino é muito sensorial, é visível a sensibilidade das crianças para a apreciação”, conta Ana Emília que, pensando nisso, planejou uma atividade que utilizasse o plástico bolha para experimentação.


Enquanto preparava a atividade que seria feita em sala, Ana Emília recebeu as crianças no parque. A conversa acontecia descontraidamente enquanto a professora organizava tudo, mas “imediatamente as crianças do Grupo 3 e de outros grupos ali presentes começaram  a fazer perguntas: O que é isso? O que você está fazendo? Posso sentar aqui com você?”, conta a professora. Ao invés de responder, Ana Emília partiu para a investigação e deu corda ao interesse das crianças com mais perguntas. Sem hesitar, a professora escutou, observou e permitiu que os pequenos artistas interferissem na tarefa que estava planejada para acontecer em sala, e se abriu para a experimentação e a criação das crianças. 

Num instante tudo se tornou uma grande brincadeira. Os grupos começaram a experimentar o papel e sobre ele dançaram, pularam e cantaram. “O papel onde seria feita a nossa atividade virou nosso palco... e à medida que nos divertíamos pensei que já era o momento de inserir novos elementos. Foi quando apresentei o plástico bolha”, lembra.

Após ouvirem atentamente os mágicos estouros das bolhas do plástico, Ana Emília, então, trouxe o colorido das tintas que foram colocadas sobre o papel, por baixo do plástico bolha. “Caminhamos, pulamos, dançamos. Ouvíamos o som dos estouros e sentíamos a tinta se espalhar e se misturar sem sujar os pés!”.


A professora conta que aos pouquinhos crianças e adultos foram sossegando para apreciar o resultado da brincadeira... “O objetivo da atividade foi alcançado. Sem limitação de espaço, de tempo ou divisão de grupos, mas na espontaneidade da infância, na curiosidade das crianças!”, na eterna novidade do mundo, como diria Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa.

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