Por: Rejane Sant Anna (professora do 1° ano B – Matutino)
Voo, leveza, poesia, musica, cores, cantos e encantos fizeram parte do percurso do projeto Asas para voar: aves de arribação. Com este projeto sobrevoamos através do universo das aves em seus diferentes habitat, com destaque especial para o sertão nordestino.
Elegemos e estudamos diferentes espécies dessa região, destacamos seu modo de vida e características diversas: peso, altura, plumagens, alimentação, reprodução, tipos de ninhos. Assim, aves como sabiá, assum preto, socó-boi, siriema, João-de-barro, carcará, papagaio, noivinha, pica-pau, entre outros pássaros alados foram dando um contorno investigativo ao projeto.
Levantamos hipóteses, questionamentos, aprendemos curiosidades que potencializaram o interesse das crianças tecendo saberes, também poéticos: “Quantas aves diferentes, elas dão colorido e alegria ao sertão” (fala das crianças).
Acompanhamos as rotas migratórios através de projeções visuais, tendo como ponto de partida o filme Migração Alada (2001), um documentário de Jaques Perrin sobre pássaros que, todos os anos, voam milhares de quilômetros em busca de alimento e um lugar para se reproduzir. E assim destacamos espécies migratórias, comparamos tamanhos dos percursos, visualizando em mapa os trajetos percorridos, refletimos sobre os desafios enfrentados pelos pássaros para sobreviver: “as aves parecem que tem poderes especiais... voam muito“; “eu não sabia que o pato podia voar tanto”; “pra sobreviver elas precisam fugir dos perigos, se elas não conseguirem, elas morrem” (falas das crianças).
O Asas para voar, por ser acima de tudo um projeto ecológico, nos permitiu assumir posicionamentos em relação aos nossos atos, permitindo avaliar as suas consequências na natureza, levando os alunos a discutir problematizações como: “ O que leva as aves a entrar em perigo de extinção? Quais espécies brasileiras correm risco de desaparecer da natureza? o que podemos fazer para preservar a vida das aves na natureza? Como podemos conviver com as aves sem precisar prendê-las? É, portanto, um projeto de conscientização humana propiciando ação/reflexão sobre o nosso papel na conservação do planeta. “Eu não prendo passarinho na gaiola, mas meu avô tem na casa dele. Preciso conversar com ele. Seria bom ele estudar com a gente”; “quando a gente prende os passarinhos na gaiola, eles cantam triste”, (falas das crianças)
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá
Além da exposição de artes e do lançamento do livro Almanaque das Aves do Sertão, finalizamos o projeto com um recital de poesias que versam sobre os pássaros do sertão. Poetas como Biu Gomes, Manuel Xudu, Arnaldo Cipriano, Antônio Lucena, Manuel Menezes, Zé Vicente e renomados como Gonçalves Dias, José Paulo Paes, Henriqueta Lisboa, trouxeram de forma rica e bela o universo dos alados sertanejos revelando também o modo de ser e sentir as aves através de versos lúdicos e de grande riqueza vocabular e cultural.
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