“As manifestações da sexualidade na infância” foi o tema escolhido para a última Roda de Pais de 2013 pela comunidade de pais da escola. Mas o grupo, sedento por diálogo e troca de ideias, não ficou por aí e adentrou em temas não previstos para noite como a morte, a aproximação entre os mundos dos adultos e da crianças, e a transmissão de valores. A postura de privilegiar a palavra e o saber de cada um dos presentes foi mantida e, assim, foi garantido o espaço para interlocução. Como sempre, o diálogo não se esgotou com o tempo da Roda, assim como os desdobramentos produzidos pelo grupo.
Sobre a sexualidade o grupo mergulhou no universo das perguntas de pais e crianças e mostrou o quão instigante é o tema. De onde vêm os bebês? Por onde eles saem? Tem que ser casado(a) para ter um bebê? Um casal homossexual (dois homens ou duas mulheres) pode ter um bebê? Por que a escola comemora o "dia da família"? O que se passa com as novas configurações desta instituição chamada família? O que fazer com o uso da informação na tela do computador? Haveria a possibilidade de ter o “controle" sobre o saber das crianças sobre sexualidade? Como ter acesso ao processo de construção das crianças sobre o tema? Qual a participação dos adultos em torno dessa construção?
De forma espontânea, a Roda girou e caiu no tema da morte. “Este é um tema tão enigmático quanto o sexo e trás os mesmos desafios na hora de ser tratado com nossas crianças”, disse Walkyria Rodamilans, diretora pedagógica da escola, que esteve na condução do grupo juntamente com Marizabel Santos Almeida, orientadora do Serviço de Orientação Educacional (SOE).
A troca de experiências de famílias tão diferentes, mas com desafios comuns trouxe à tona questões sobre a aproximação do mundo dos adultos com o mundo das crianças e a consequente inquietude da criança ao lidar com tal aproximação. Dentro desse tema foi abordada a necessidade de preservação do espaço para as crianças serem crianças e, sobretudo, para o brincar.
Já no final do tempo determinado para o encontro, o grupo discutiu a transmissão de valores feita pela família, muitas vezes sem palavras, através da maneira de agir dos mais velhos, que serve como referência para a criança. O papo foi encerrado com a promessa de se prosseguir com a discussão desses temas e de outros que forem propostos pela comunidade de pais.
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